07 junho 2015

Eu tive condições de plantar o amor, plantei paixões imediatas, veio a dor. Eu podia dividir o pedaço de pão, mas reclamei de barriga cheia, e veio a fome. Eu podia ser solidário, mas me entreguei a lamentação, restou apenas a solidão. Eu podia seguir a luz, mas fiquei no canto escuro, quando pediram a minha opinião, fiquei em cima do muro. Eu podia seguir qualquer caminho, preferi o das facilidades, no começo era sempre florido, mas pouco depois, só infelicidade. Eu podia sorrir e seguir adiante, mas o choro era mais forte, reclamei da vida, perdi oportunidades e briguei com a morte. Eu tive tantos amigos, mas abusei deles, exigia tanto que se cansavam, eu me isolei. O orgulho me cegou, eu me achava superior, na minha ignorância, eu não precisa de Deus. No meio do caminho de espinhos, sentei e chorei. Era preciso encontrar uma solução, cansei. Cansei de sofrer, de sentir-me tão só! Foi ai que tirei as sandálias, e vi os desvalidos. Eu era tão orgulhoso, que não ouvia seus gemidos, e pude perceber que podia fazer alguma coisa, eu podia, com as minhas deficiências, servir, dividi meu pão, amparei os caídos, limpei feridas, animei os que desistiam. E assim, em meio aos problemas dos outros, eu me vi forte, e resistindo a insegurança, me vi menino, homem com alma de criança. Surpreso, me encontrei fazendo a caridade, lavei a minha alma, encontrei a serenidade. Entre os mais carentes, descobri que era rico, entre os mais necessitados, descobri o que tinha e não valorizava. Hoje sigo confiante, tudo faz sentido, até nos problemas vejo uma luz, e posso afirmar com toda certeza: - a fraternidade é o caminho seguro, que nos aproxima de Jesus. Eu acredito em você Paulo Roberto Gaefke